Ronaldo Fenômeno abriu o jogo sobre sua decisão de desistir da candidatura à presidência da CBF.

Em entrevista ao "Charla Podcast", o ex-jogador revelou os desafios de tentar disputar o cargo e criticou o atual sistema da entidade.

O ex-camisa 9 da Seleção Brasileira afirmou que percebeu ser "impossível" concorrer de maneira justa dentro da estrutura da CBF. Segundo ele, qualquer tentativa de mudança esbarra na resistência interna.

"Minha vida é o futebol e eu sentia um dever de tentar melhorar o futebol brasileiro. Conversei com minha família e amigos, sabia que seria difícil, mas não imaginava que era impossível. O sistema realmente não deixa ninguém entrar", disse Ronaldo.

Resistência e falta de abertura

Durante a entrevista, Ronaldo revelou que tentou apresentar seu projeto de modernização da CBF para presidentes de clubes e federações, mas encontrou resistência.

"A CBF nunca teve uma eleição com dois candidatos. Quando comecei a me movimentar, enviei um e-mail para as federações explicando minhas ideias. Dois dias depois, 20 federações responderam com um texto padrão, dizendo que respeitavam minha história, mas estavam alinhadas com a gestão atual", contou o ex-atacante.

Ronaldo ainda afirmou que muitos dirigentes não confiam na estrutura da entidade e que a concentração de poder dificulta mudanças reais no futebol brasileiro.

Futuro e desejo de contribuir

Apesar da frustração com o processo eleitoral da CBF, Ronaldo garantiu que não desistiu de contribuir para o futebol nacional.

"O sistema eleitoral é frágil, e o poder é usado para manter tudo do jeito que está. Eu não esperava que fosse tão pesado, mas não vou desistir. Quero ajudar, e sei que há soluções. O futebol precisa de gestão, e isso falta na CBF", concluiu.

A presidência da CBF segue nas mãos de Ednaldo Rodrigues, que recentemente apresentou sua chapa com apoio unânime das federações estaduais.