Foto: Reprodução: Maarten van Hassel/Wikipedia
A decisão do Comitê Olímpico da Holanda e do Comitê Olímpico Internacional (COI) de permitir que Steven van de Velde represente a Holanda no vôlei de praia nas Olimpíadas de Paris 2024 gerou indignação entre atletas e ativistas dos direitos das mulheres. Van de Velde foi condenado em 2016 por estuprar uma menina de 12 anos na Inglaterra e cumpriu parte de sua pena antes de ser solto e voltar a jogar.
Steven van de Velde foi condenado a quatro anos de prisão em 2016, mas foi transferido para a Holanda após cumprir um ano da pena. Na Holanda, sua sentença foi ajustada e ele foi solto em 2017. Desde então, ele retomou sua carreira no vôlei de praia.
A petição criada pela medalhista olímpica britânica Lauren Muir já alcançou 41 mil assinaturas, exigindo que os dirigentes reconsiderem a convocação de van de Velde. Muir destaca o profundo senso de justiça que parece ter sido ignorado no caso, considerando inaceitável que um estuprador condenado participe dos Jogos Olímpicos.
A ex-nadadora olímpica brasileira Joanna Maranhão, coordenadora da Rede de Atletas para Segurança no Esporte, criticou a decisão de incluir van de Velde na equipe olímpica. Ela afirma que ser um atleta olímpico é um privilégio e não um direito, e que van de Velde não deveria ser visto como um herói ou modelo.
A organização Sport & Rights Alliance, da qual Maranhão faz parte, exigiu verificações abrangentes de antecedentes para todos os atletas e treinadores que terão acesso à Vila Olímpica, enfatizando a importância de considerar a qualificação de van de Velde sob uma perspectiva moral.
Michel Everaert, diretor-geral da Federação Holandesa de Voleibol, afirmou que van de Velde cumpriu sua pena e desde então tem se comportado como um profissional exemplar. O Comitê Olímpico Holandês também declarou que van de Velde atende a todos os requisitos de qualificação para os Jogos Olímpicos.
Steven van de Velde foi condenado em março de 2016 pelo estupro de uma menina de 12 anos que ele conheceu nas redes sociais em 2012. Ele viajou ao Reino Unido em 2014 para encontrar a menina pessoalmente e abusou sexualmente dela. Após ser descoberto, ele foi extraditado para a Holanda, onde cumpriu parte de sua pena e foi solto sob liberdade condicional.
A controvérsia em torno da participação de van de Velde nas Olimpíadas de Paris 2024 continua, com muitos exigindo uma reavaliação da decisão à luz de suas ações passadas.
